Prisioneiro dos Desejos

A areia ondula ante o reflexo do sol

Andejam nuvens no cortejo celestial

Ondas arrebentam no cais pedestal

Aproxima-se a hora álgida do arrebol

O negrume da noite faz-se espairecer

Sazonam os brotos de silvestres flores

Assobia brisa nas gramíneas multicores

Funéreo, bisonho espetáculo do anoitecer

Recostado a um carvalho de vida secular

Meu corpo desalinhado observa os astros

A imagem do teu rosto vem me perscrutar

Navios ao longe empanam seus mastros

Meu pensamento buscando te encontrar

Prisioneiro dos desejos em seus lastros

Rui Paiva
Enviado por Rui Paiva em 08/01/2016
Código do texto: T5504610
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