Prisioneiro dos Desejos
A areia ondula ante o reflexo do sol
Andejam nuvens no cortejo celestial
Ondas arrebentam no cais pedestal
Aproxima-se a hora álgida do arrebol
O negrume da noite faz-se espairecer
Sazonam os brotos de silvestres flores
Assobia brisa nas gramíneas multicores
Funéreo, bisonho espetáculo do anoitecer
Recostado a um carvalho de vida secular
Meu corpo desalinhado observa os astros
A imagem do teu rosto vem me perscrutar
Navios ao longe empanam seus mastros
Meu pensamento buscando te encontrar
Prisioneiro dos desejos em seus lastros