Poema 0472 - Delírios
Estrelas são como velas que iluminam o amor,
como raízes que afundam na alma do amante,
nas noites aquecem como tocha acesa,
tendo o céu como casa e a lua como cama,
assim que o coração vive entre ruas de sonhos...
Ouço os sons de passos dentro do universo,
vejo milhas de distância e nada a centímetros,
sinto o vermelho, misturando entre cores infinitas,
rastejo quando não estou envolto às carícias,
seus rastros deixaram marcas entre o peito e o coração.
Voltarei a ser felicidade quando meu corpo for casa,
nos olhos coloco a luz que restou da sua alma,
então viajo pelos subterrâneos das minhas ilusões,
tento amar ou ao menos aprender com outro amor,
vou até que faça valer o corpo aquecer como sol.
Com a cal desenho minha prece pelo caminho,
entrelaço todos os dedos das mãos e trago-os ao peito,
os soluços deixo que se percam entre risos que vêm da rua,
fecho a janela do meu destino e mais uma vez me recolho,
cavo entre muros... liberto... volto a caminhar para o nada.
30/09/2005