ESCRAVO DE MIM; ESCRAVO DE VOCÊ !
se eu pudesse
um dia me entender;
ou fugir de mim,
ou me fingir personagem
de meus próprios poemas,
e deitar a minha dor
num papel especial
-- fino, frisante –
e consolar o sentimento
triste de um estranho,
desconhecido do meu eu,
de minha história
e de minha vida...
que bom seria
pra animar meu tempo,
afastar os meus lamentos
e brindar o instante;
mas sou cativo do amor,
das memórias e da carne...
que marcam, queimam e clamam
e sofrem e se entregam
e assim, continuo sendo
personagem de mim mesmo
prisioneiro desse louco amor
escravo de mim;
escravo de você !
(Tadeu Paulo – 2007)