DEVOÇÃO...

Não sei onde fui buscar, sei

apenas que ela apareceu do nada

e acabou machucando

como tudo que vem da saudade...

E agora não sei o que faço! Entristecer-me

não desejo, permanecer por tempo

indeterminado afogado em lágrimas

também não, vou ver se aguento suas ferroadas...

Dizem que a saudade é uma ressonância

de um passado onde se desfolha um

álbum de retratos sem nenhum esmaecido

como se fosse tirado agora.

Pois é, nesse então como sair de um filme onde

no campo do imaginário se abraça

com bocas coladas, onde o afeto que sentimos

na vida passa a ser de modo que tudo pareça real?

Para que não digam que sofro de alucinações

vivendo coisas do pretérito, para que não

vejam-me dialogando com o nada, vou usar

meu disfarce para continuar na devoção

da minha saudade...

Wil
Enviado por Wil em 06/01/2016
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