DEVOÇÃO...
Não sei onde fui buscar, sei
apenas que ela apareceu do nada
e acabou machucando
como tudo que vem da saudade...
E agora não sei o que faço! Entristecer-me
não desejo, permanecer por tempo
indeterminado afogado em lágrimas
também não, vou ver se aguento suas ferroadas...
Dizem que a saudade é uma ressonância
de um passado onde se desfolha um
álbum de retratos sem nenhum esmaecido
como se fosse tirado agora.
Pois é, nesse então como sair de um filme onde
no campo do imaginário se abraça
com bocas coladas, onde o afeto que sentimos
na vida passa a ser de modo que tudo pareça real?
Para que não digam que sofro de alucinações
vivendo coisas do pretérito, para que não
vejam-me dialogando com o nada, vou usar
meu disfarce para continuar na devoção
da minha saudade...