De como nascem as pedras

Ela há muito já passou da flor da idade

Mas há algo que demonstra estar acesa

Pois os gestos e olhares que recebe

Asseguram que ainda há beleza

Há pescoços que se viram quando passa

Sejam homens ou rapazes ou senhores

Na maioria, vê curiosidade

Mas n'alguns há muito fogo e sabores

Mas ela ama, e ao amar definha

Pois tais olhares não vêm de seu eleito

Outras mil prioridades o devoram

Deixando nela uma cova no peito

Ela míngua e sofre e chora bem calada

Assistindo a cada hora a lhe queimar

Vendo sua chama ser desperdiçada

Como lava feita em pedra ao pé do mar

Se Cupido fosse um anjo coerente

Sopraria para ele: " - Olha pra ela

Que ainda ama e arde feito louca

Mas só contigo consegue ser contente"

(Verônica - 05/01/2015)

Verônica Marzullo de Brito
Enviado por Verônica Marzullo de Brito em 05/01/2016
Reeditado em 08/01/2016
Código do texto: T5500842
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