Encantada

Quero o amor,

Não a guerra.

Quero um homem livre

Ao encontro da mulher pronta.

Quero o sexo bom,

Blindado com champanhe

À luz do verão,

Ao calor dos trópicos

E ao ar da montanha.

Quero o gosto,

O gozo,

O poço de águas transparentes,

Nas moringas de barro,

A frescura dos ventos,

A ternura dos corpos.

Quero o encontro espontâneo

Sem hora marcada,

Com desejo cravado,

Nas dobras e encaixes do meu corpo.

Vivo sem buscas insanas,

Sou o que sou.

Pronta, mas semi-feita.

Tantos ares a respirar

Travada no urbano.

Mas a mente voa,

Ecoa,

Plana.

Então o que quero?

Nada e tudo.

Alguém e ninguém.

Nada produzido,

Apenas livre e dono de si.

Quero o encontro perfeito,

Sem projetos ou esnobações.

Sem promessas,

Sem mentiras ou traições.

Ou o nada que sou,

Mas cheia de si mesmo,

Plena a todo vapor.

Não importa.