SÓ NÃO HAVERÁ...

Certo dia simplesmente eu disse

adeus, eu próprio não acreditei em

razão de querer-te como sempre quis.

Deixei os meus chinelos na beira da cama

como de costume e no criado mudo, folhas

soltas contendo ilegíveis garranchos.

Em um canto qualquer ficou minha caneta

preferida com a qual tantas vezes escrevi

o amor profundo que nutria por você.

Do lado do leito que repousava deixei

uma expressiva marca delimitando um

amor único e singular do meu corpo...

Perambulando pelo quarto deixei a vibração

de nossos espontâneos risos que com certeza

continuarão a incomodar as madrugadas...

O mesmo leito que durante tanto tempo nos deu guarida nas estações de nossas vidas, exibirá as melodias de suas molas fazendo lembrar nossos sucessivos movimentos nas madrugadas...

As manhãs serão as mesmas com os raios do sol

a banhar a terra, haverá a noite com suas eternas

companheiras, só não haverá o sabor de nossos beijos...

Wil
Enviado por Wil em 04/01/2016
Reeditado em 05/01/2016
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