SÓ NÃO HAVERÁ...
Certo dia simplesmente eu disse
adeus, eu próprio não acreditei em
razão de querer-te como sempre quis.
Deixei os meus chinelos na beira da cama
como de costume e no criado mudo, folhas
soltas contendo ilegíveis garranchos.
Em um canto qualquer ficou minha caneta
preferida com a qual tantas vezes escrevi
o amor profundo que nutria por você.
Do lado do leito que repousava deixei
uma expressiva marca delimitando um
amor único e singular do meu corpo...
Perambulando pelo quarto deixei a vibração
de nossos espontâneos risos que com certeza
continuarão a incomodar as madrugadas...
O mesmo leito que durante tanto tempo nos deu guarida nas estações de nossas vidas, exibirá as melodias de suas molas fazendo lembrar nossos sucessivos movimentos nas madrugadas...
As manhãs serão as mesmas com os raios do sol
a banhar a terra, haverá a noite com suas eternas
companheiras, só não haverá o sabor de nossos beijos...