A GRANDE QUESTÃO
Se perguntasses
eu não te amaria
nem te adoraria
dado que não poderia
soltar-te dos braços
quando abraço
nem tirar-te
do coração
quando quisesse,
careceria
do tórax haurir
o coração vermelho
na caixa vazia
instalar ponto eletrônico
detendo-me ao vir
inabilitando-me
ao romper da força
do que quer
que me consumisse
pois estes são tempos
onde a violência do amor
é disforme
meu ímpeto transgrediria
este teu jeito
de amar em fotos,
redes e quartos fechados
um de nós sairia queimado
com a alma poluta
em dor resoluta,
não havendo salvação
ante a vera conduta;
surgindo a dúvida
salvaguarde-me
da pergunta.