QUANTAS VEZES...

Quantas vezes seus pensamentos

vagavam quando juntos estávamos

não sei dizer, a única presença era

seu corpo ainda que inerte...

Quantas vezes sua boca balbuciou

palavras estimulantes também não

sei dizer, nem os gestos ensaiados

e visivelmente automatizados e constantes...

Quantas vezes não te encontrei e pra

me encontrar entregava-me ao vazio

de sua ausência que fazia de mim o

quem bem queria, inclusive chorar.

Inutilmente ofereci dedicação ao que

julguei ser nosso, até presentei com

desculpas quando dizias palavras

sem nexo e esparsas...

Passei por experiências difíceis,

fui consolado por madrugadas inteiras

em uma cama para dois, sobrevivi e você

soube que te arrastas nas estepes

por não ter onde ir...

Wil
Enviado por Wil em 03/01/2016
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