QUANTAS VEZES...
Quantas vezes seus pensamentos
vagavam quando juntos estávamos
não sei dizer, a única presença era
seu corpo ainda que inerte...
Quantas vezes sua boca balbuciou
palavras estimulantes também não
sei dizer, nem os gestos ensaiados
e visivelmente automatizados e constantes...
Quantas vezes não te encontrei e pra
me encontrar entregava-me ao vazio
de sua ausência que fazia de mim o
quem bem queria, inclusive chorar.
Inutilmente ofereci dedicação ao que
julguei ser nosso, até presentei com
desculpas quando dizias palavras
sem nexo e esparsas...
Passei por experiências difíceis,
fui consolado por madrugadas inteiras
em uma cama para dois, sobrevivi e você
soube que te arrastas nas estepes
por não ter onde ir...