Diáfano
Se é inevitável que cruzemos falas,
Cruzemos olhares, e quiçá, pernas;
Que explodam essas esperas tolas,
Pintemos arte rupestre cenas belas,
nas paredes lisas dessas cavernas...
Aos poucos domestiquemos o sentir,
que ronda esperando restos de nós;
que coma do que tem para se comer,
ache nesse pouco seu imenso prazer,
tal, que já não queira se afastar após...
A tua opaca transparência dá na vista,
Um falso meio tímido, não, hipocrisia;
Que capta até meu cavalo que é besta,
Posso, sim, deixar a cena intáctil, casta,
Mas, fica diáfana minha rústica poesia...
Eis quantos móveis novos nessa tapera,
ditosa sina trouxe para si, o horizonte,
Ora o cisco vai, outra vem, o vento vira,
Se atravessaremos, pois, o rio da espera,
Que essa noite, pois, arquitete uma ponte...