Descanse em paz João
Desista de ser João.
Aquele bobão.
Aquele João.
Que ela teve na mão.
E venha a ser.
O carrasco do prazer.
O que mais pode fazer?
Se não mudar o que tu és.
Ainda não entende?
Pare de ser sorridente.
Deixe de ser abrangente.
E torna te imprudente.
Que nada faz. Nada sente.
Torna-te homem. Fraco e mesquinho.
Saia logo do seu mundinho.
E pule de vez desse teu ninho.
Aprenda que a vida te deixou sozinho.
E elas nunca irão se importar.
Nessa vida os fracos
Caem juntos nos buracos
Quebram todos e seus cacos
Nunca podem se juntar.
Agora seja mais inteligente
Finja tudo, finja mente.
Diga nada, simplesmente.
Não seja homem, aguente.
Deixe seu lado bom, e sumariamente
Mate o João. Mate o que sente.
Mate o bom em sua vertente.
Mas tente.
Não pare, não há volta.
Quem morreu já não se importa.
Então bata logo a porta.
E não olhes para atrás.
Desconcentra-te e não verás.
Quem o fez não voltarás.
Nem João que descanse em paz.