Sem nome
Não havia mais borboletas no estomago.
Nem o sentimento infantil,
e nem a paixão açucarada.
Não havia um Sol brilhante ou um vento cantante.
Era a chuva fina e fria, costumeira de Verão
em pequenos címbalos transformada.
Não sei dizer se és benção ou maldição
mas sei que sobre nós caiu, como véu que se rasga no tempo.
Um riso...
Um beijo doce, delicado como toque de mariposa.
Tocando meus lábios com a pureza de uma ninfa,
me tornando escravo de meus piores temores.
Abandono mente e coração, alma e razão.
Quebro paradigmas e despedaço cada antiga barreira
Que antes em mim havia.
Pergunto á Eros qual será o preço para tal afronta
cometida por um pobre condenado, que regozija - se com tal presente.
Pergunto á Afrodite, que valor inestimável pagarei por meu presente vitoriano inconspurcado.
Que pecado me será cobrado de modo tortuoso?
Que a mim não importe se vago ou passageiro.
De rompantes inesperados á mim imposto.
Que único e efetivo, no momento, no instante.
Que traga saudades, ainda que rasgue cada víscera de meu peito e me cause dor.
Que me seja exato, sutil e que não se apague da memória,
e que seja selado em minh'alma.
Em um coração vazio, um lugar cativo esta guardado.
E ali sua lembrança enevoada sempre fará morada...
29/12/2015