APOLOGIA DE UM SENTIMENTO
(Poema classificado em 5º lugar no concurso de poesias Valdeck Almeida de Jesus/2008 - Em um universo de mais de mil concorrentes.)
Eu não faço apologia do que sinto,
apenas escrevo, em linhas tortas o que penso.
Este sentimento, não divido com ninguém:
duvido de todos e de mim mesmo,
e se te disser que eu não ligo,
minto; mas, parece, não minto muito bem.
Também sei que o ódio pereceu ontem à tarde,
mas ainda quero esquecer-te pela manhã.
Sai de mim, sai da minha vida,
sai da minha alma e da minha bebida,
nunca mais quero provar do teu afã.
E que me perdoem os moderninhos e modernistas,
mas adoro essas rimas imprevistas,
indecisas, intensas,
Imprecisas, imensas,
de sons indeléveis e inefáveis,
rimas cruas, palavras nuas
a estilhaçar meus sentimentos frágeis.
Não, eu não faço apologia do que sinto,
apenas deste sentimento que invento:
é assim que largo o tosco verbo amar ao vento,
é assim, então, que em vão tento esquecer-te...