Advento da Deusa

Meu amor onde você está?

Estou sentindo saudades, remorsos na cabeça, culpa.

Sinto teu cheiro invisível, mas palpável em meu coração.

Você é perfeita sendo inacabada, você é linda sendo imperceptível nos espelhos.

Teus cabelos grandes que escorrem por entre os caminhos da paixão.

Eu te contemplo no silêncio, na oração de bênçãos do Senhor.

Eu te amo, te amo muito, e choro por uma vida longa somente ao teu lado.

Tu és uma flor colhida na primavera dos lírios.

Lírios esses que são brancos de pureza, pureza de paz sem nenhuma lembrança da morte.

Tu és uma fruta de mel nobre, nobreza de águas reais que enxaguam o leito dos céus.

Orvalho de docilidade, a tua boca é um desenho suave.

A tua boca tem os sabores do chocolate fresco, feito cacau que nunca conheceu o amargo, feito cacau que jamais foi ferido por bruxas.

Teus olhos são rasos e sem fim profundos em mim e que brotam as flores do desejo.

Eu te amo, te amo meu carinho, meu carinho agradável, meu carinho selvagem de estimada felicidade.

Teu corpo, teus seios que acolhem os cansados.

De guerras os heróis disputaram tua formosura, ó como sou alegre por você existir, mesmo não sendo tu minha, mas de outro.... Que te ame eternamente, o deus Cúpido, em ti.

Eu te amo, te amo, te amarei, a Deus orarei.

Eu pedi por tua felicidade, eu busquei na tua face consolo, eu encontrei em vós satisfação, eu vejo nos teus olhos os anjos em êxtase.

Sim minha poetiza mística, tu és minha inspiração gloriosa, tu és minha esperança iluminada, tu és minha frase no silêncio de romances épicos.... Eu te amo, amo, não me amo, só amo, amo-te.

Flor dourada, minha angélica fada, flor de fragrância de delicias.

Quero fazer carinhos com você.

Quero te beijar suavemente.

Quero ser teu homem, teu cuidador, teu amor, teu sabor, tu és minha dor.

Quero passear nas praças contigo, contemplar tuas historias milenares, tu és meu canto enflorado de cheiros da juventude.

Você acredita em Deus?

Eu antes não sabia que era um infeliz, eu choro de desgosto por você, pois sei que nunca seremos um do outro, sou pobre, e você, minha senhora, é um sonho grande demais, impossível.

Estou afogado na tua imagem na minha cabeça, este oceano é profundo e traiçoeiro, me condenei as loucuras da paixão.

Quero sentir teu corpo em mim.

Teu colo de fêmea, de mãe, chama-me a dormir confortável e ao sonhar enquanto existir os Paraísos, me deleito na prata reluzente dos prazeres proibidos de tua alma.

Te pertenço, ti sou escravo sempre, eu me debruço nas quimeras dos luares deste amanhã cósmico, e no espaço infinito saio pra fora do nosso espírito de religiosa doçura.

Eu te amo, eu te amo muito, mas pouco me amo, me sinto perdido.

Perdido num labirinto sem saída, sem saída de mim em ti, sem sair por um fim.

Gosto de você, gosto de ver cada imagem desta magia se formando no meu coração.

Badaladas de sinos a crepitar na igreja, formosuras de amores dos passarinhos a cantarem unissonante, eu deixo tua alegria me possuir, eu deixo as palavras ti galantearem e nisto tudo me embriago. Me embriago, e adentro os portões dos deuses.

Teu corpo, teu sorriso tão branco, tuas mãos delicadas, tu és delicada, delicadamente feita em joia sardônica.

Te amarei!

Te desejarei!

Te imagino!

Ó ser puro!

Humana perfeita em meio a imperfeitos, em todos nós!

Minha garota de fabulas, minha angélica delícia, minha saborosa gostosura de infantilidades ingênuas.

Quero tocar-te, quero afagar teu rosto, quero eu.... Quero você.... Quero simplesmente a dócil presença que tu me assombras.

Vós sois minha lua vermelha, minha estrela colossal, meu mundo descoberto de terras virgens.

Virgem de beleza, tudo passará.

E quando isso vier em nós ainda assim passará, passará eternamente.

É a lei de Deus.

Que o amor seja sacrificado.

E por fim ressurja, num outono triste.

Em ínfimos contos de lendas afãs.

Afã são minhas ilusões, afã não és tu, meu amor, afã se chama solidão....

Solidão é erva que amarga na boca.

E desta amargura só um beijo pode saciar os frustrados....

E teu corpo nu, nesses amores de rapaz, me deixará enquanto perdurar ó tu, Lísia.

Lísia de fé num poema pobre....

Lísia de doçura clara.

Eu te amo jovenzinha caridosa de fala mansa e de....

Paz.

Abram-se os cárceres da melancolia, e saiam os prisioneiros do sagrado existir.

Pois toda mulher foi feita do germe do casamento.

O teu perfume eu sinto, o vento sopra calmamente e chega os anos da farta emoção.

Eu aqui pensando em você, onde estás?

Meus olhos te buscam, no céu eu vejo um pardalzinho solitário com bico a levar um pedaço de pão.

Os homens a falarem no rádio eles também estão sozinhos?

Deus onde estar os jardins do Éden?

Onde repousa o Leviatã?

Onde os demônios escrevem cartas para suas mães?

Cadê os bilhetes antigos do passado?

Onde vive os cavalos das guerras?

Me diga onde se encontram os guerreiros vencidos?

Por favor, amor, fale meu nome!

Quem viu as arvores a louvarem o fogo?

Quem viu uma mulher virgem a lamentar por maldições?

Não ouvir-te falar que o amor é para sempre?

Não sabias tu que as guerras são por invejas?

Não rejeitas tu a sabedoria do teu coração?

Guarde um segredo muito vivo “Os homens nunca serão fartos. ”

Com este falar eu te cobiço.

Lísia você será abençoada nos louvores da imortal vida.

Luzidia Eva tu estás perto desta noite sem lua.

E esta lua no teu ventre se fez, a Deusa.

Francesco Acácio
Enviado por Francesco Acácio em 28/12/2015
Reeditado em 28/12/2015
Código do texto: T5493345
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