VOCÊ

Não sei onde quando suas pupilas dilatam,

Quando seus lábios estão úmidos,

Quando suas mãos estão suadas,

Seus poros arrepiados.

Se o verde dos seus olhos

É mais intenso de manhã, ou de noite,

Se suas pernas ficam vermelhas com o calor

Se suas unhas estão sempre pintadas,

Se existe uma tatuagem secreta.

Nada sei do seu corpo

E de como ele se comporta,

E é desse mistério que me alimento.

Não conheço a música preferida dos seus ouvidos,

Em que passos você dança,

Qual a cor real dos seus cabelos.

Se os pelos do seu corpo ficam eriçados

Com o sopro suave do desejo,

Se um beijo é capaz de calar seus lábios

Ou se a intensidade da cor do seu batom

Incendeia as escuras madrugadas.

Não sei nada a seu respeito,

E é isso que eu respeito,

Pois o nada

É algo a ser explorado,

Nem tudo pode ser perfeito.

Sei que em seu peito

Habita um coração carente,

Assim como o meu,

Que tanto tempo esteve ausente.

Posso confundir a cor dos seus olhos

No lusco-fusco do entardecer,

Mas que sei de você

É que sua alma é transparente

Como o amor que brotou dentro da gente.

MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 26/12/2015
Código do texto: T5491905
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