Canção de amor dos vinte e três anos
A última vez que me apaixonei foi
Quando tinha quinze anos de idade
Ora, não sei se aquilo era amor
Ou se coisa da mocidade
Mas, a verdade é que
Nunca mais amei daquele jeito,
Com tal intensidade!
O tempo passou sem eu perceber
Que também estava passando
Que ia junto com ele,
Nos dias de minha existência
Inevitavelmente, ia me arrastando
E do moço dos quinze anos
Cada vez mais fui me distanciando ...
O amor de outrora,
Partiu-se, partiu-me, de repente
Com o fugaz brilho da aurora
Daqueles manhãs incandescentes!
Ser alguém de tanta dor
Como fui e, por vezes, sou
Talvez assim me deixou
Sem tempo para o amor.
Ah, meus vinte e três anos
De devaneios, pesadelos e sonhos
Quão dolorosa é em mim
Essa inquietação:
Será que tudo que vivi foi em vão?
Não sei.
Quero refazer meu coração
E confesso que estou disposto
A me entregar e amar de novo,
A dar tudo mim
Para sonhar acordado,
Como nos quinze anos,
Oh, quão afável estado
De um tempo ingênuo e sagrado!
Hoje quero amar
Sem ter medo de errar
Não me farei de rogado
Abrirei o meu coração
Para que alguém pouse ao meu lado
Que o amor me inunde por dentro
E eu viva esse terno momento
Do indescritível sentimento
De amar e ser amado.