Cio da Mente
 
Amar por amar
Querer por querer
O fulgor que eleva a
Alma é o mesmo
Que a faz perecer
 
Destinos se cruzam
E se destroem, como
Pólens soprados pelo
Vento, se não há terra
Germinam ao relento
 
Respiram fome
Transpiram sede, o
Insaciável cio da mente
Que não promete
Alimento, sabendo-se
Ter, sementes doentes
 
A terra lamenta
Frutos não nascidos
O vento leva o aroma perdido
A agua apaga o fogo do corpo
E morre o sonho antes de
Ser vivido
 
A esperança sacrificada resiste
Como o fio de prata que segura a vida
Tardia ciência de que nada existe
Exceto a saudade
Que tanto persiste.