Acolhem-me os braços da madrugada
Sandra M. Julio
Acolhem-me os braços da madrugada
Envolta no manto sideral da alvorada
Despem-se rosas, perfumes
Vestem-se jasmins, amores
Balbucia o silêncio.
Em meu coração baldio
Soletro lembranças
tantas...
Folheio... anseio...
Ofereço-me ao leito da solidão
Dorme coração
Ilusão.
Resgato pretéritos desejos
Relego imagens, beijos.
Acolhem-me os braços da madrugada...
Em algures falecidos na calada.
Inebriam-me devaneios
Alheios...
Dos sonhos jamais sonhados
De amores jamais amados.
Sandra
18/03/04