MINHA LINDA
Quando a tarde desse mansa
Miro sobre a aba do chapéu
Um matiz de ouro e bronze
Que o sol desenha no céu
São paisagens horizontais
Que vão migrando na distancia
Passageira dos meus sonhos
Mensageiras de minhas ancias
Me lembra os olhos da linda
o refletir das águas do rio
Sinto a alma castigada
E no peito um arrepio
No meu coração sonhador
Bate uma saudade danada
Do matear a lado dela
Na mansidão da morada
Meu rancho virou tapera
Já não tem os encantos dela
Que a tardita me esperava
Debruçada na janela
O mate sevado, o sorriso lindo
Que já não vejo a mais de mês
Por entre os ramos coloridos
E as flores amarelas dos ipês
Tristonho e solito mateio
Depois que minha linda se foi
Sobre os ipês o rancho tosco
Que construí pra nos dois
Me abraço na minha guitarra
Que hoje me faz companhia
Quando esta saudade maleva
Dentro do meu peito se aninha