MINHA LINDA

Quando a tarde desse mansa

Miro sobre a aba do chapéu

Um matiz de ouro e bronze

Que o sol desenha no céu

São paisagens horizontais

Que vão migrando na distancia

Passageira dos meus sonhos

Mensageiras de minhas ancias

Me lembra os olhos da linda

o refletir das águas do rio

Sinto a alma castigada

E no peito um arrepio

No meu coração sonhador

Bate uma saudade danada

Do matear a lado dela

Na mansidão da morada

Meu rancho virou tapera

Já não tem os encantos dela

Que a tardita me esperava

Debruçada na janela

O mate sevado, o sorriso lindo

Que já não vejo a mais de mês

Por entre os ramos coloridos

E as flores amarelas dos ipês

Tristonho e solito mateio

Depois que minha linda se foi

Sobre os ipês o rancho tosco

Que construí pra nos dois

Me abraço na minha guitarra

Que hoje me faz companhia

Quando esta saudade maleva

Dentro do meu peito se aninha

ZECADIVINO
Enviado por ZECADIVINO em 20/12/2015
Reeditado em 29/12/2016
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