Comoção Diária
Eu quero a voz arfando a vida
na sede que comove a heresia
No escracho da calma sofrida
um sussurro apodera a poesia.
Em cada canto do meu quarto
que cede em esperança de voz
A noite espera um amor farto
que dilua a necessidade feroz.
E todo o silêncio que anestesia
não confunde o sonho vivido
Contempla a nítida sinestesia.
É o sangue que acaba fervido
pelo sabor de grande teimosia
Uma realidade jamais indevida.