As Manhãs Hemorrágicas
Minha manhã sangra o passado
das noites que fui resíduo de eras
Os dias que me enamorei calado
nas sombras angustiadas da espera.
Sou feito do que feito é a esperança
da soma do que tudo em si carrega
Na calmante histeria dessa dança
que a paixão pela euforia se agrega.
Vivo a entalpia silenciosa da aorta
da expectativa em abrir uma porta
As generosidades de um sentimento.
O plenilúnio mostra que se importa
Aporta a escuridão que me suporta
Ante o óbice persistente do momento.