Homem de outono, mulher da primavera
No começo da descida o caminho me levou a ti;
na mesma estrada, sentidos opostos.
Tu subias, só subias e eu me equilibrava.
No degrau onde estavas, já pisara há muito.
Macia, sem ruga, dura, radiante de um lado.
um pouco emaciado, pintas do tempo de outro.
Mesmo assim, com tudo contra, todos se surpreenderam, mesmo eu.
Por um ano me escolhestes, junto a tantos outros e alegremente te entregastes. O Vulcão renasceu e explodiu, Dionísio em Alta!
Doze meses nas alturas, rejuvenesci e cresci. Homem, muito Homem!
Mas sonhos acabam e a falta do metal me impediu mais tempo.
nunca tive nada a dar, apenas eu e isto, pra você, não bastava.
Assim, partiste e de longe te acompanho, sempre te acompanho.
Agora, só em outro tempo, em outro mundo, em outra vida, de novo.
Não foi por acaso, não foi natural, mas transcendental.
Tu te lembras? Talvez não... mas quando cresceres também por dentro e enfim te tornares mulher plena, pode ser que recordes daquele homem do outono.