MINHA PLENITUDE

Busquei caminhos, alguns pedregosos,

Outros cobertos de pétalas esmaecidas,

Sobras do outono que se findou tempos atrás.

Despindo as árvores para novo recomeçar.

Macias, não machucavam meus pés,

E as feridas doloridas até se aquietavam,

Pois a caminhada foi longa, sem destino,

Em busca de minha altivez que se calou.

Ouvia sussurros, alguns até inquietantes,

E aguçando minha audição tive sobressaltos,

Diante de uma mensagem trazida pela brisa,

Afirmando que a natureza comigo também chorou.

Esqueci que as matas e as flores podem curar,

Ainda mais quem teve suas origens na natureza,

Onde intrépido garoto encarava todos os desafios,

E nas cachoeiras me atirava ao sabor da correnteza.

Minha plenitude que se aquietou com minha Alma ferida,

Num repente ganhou alento e senti que meu coração pulsava,

E a alegria que até tinha esquecido de sua existência,

Voltou intensa e sorri imitando até o cantar dos passarinhos.

Fase tenebrosa de nuvens negras que me rondavam,

Ameaçando cair em fúrias sobre minha figura combalida,

Afetada que foi por dissabores que me entristeceram,

Tirando até a vontade de buscar meu cantinho no Recanto.

No entanto diante de tantas visitas em minha escrivaninha,

Sempre amorosas de poetisas que entendem meu coração,

Vou continuar neste Recanto quem sabe falando de amor,

Sentindo que minha plenitude chegou e com ela irei ficar.