DESPEDIDA

Quando por ventura leres meus singelos versos,

talvez a última centelha de vida tenha se apagado de mim,

talvez tenha se dissipado o último sopro de vida de sobre o meu corpo,

e não haverá mais amor para amar, nem sonho para sonhar...

Talvez eu não tenha tido tempo de te dizer adeus

quando chegou a última hora,

mas se apenas uma faísca de lembrança tivesses guardado,

sentirias durante os meus últimos suspiros

os meus lábios procurando pelos teus.

Talvez eu tenha te procurado tanto, tanto, tanto...

para dizer ao menos adeus,

para dizer não esqueças de guardar o meu amor com carinho,

que Adonai teve misericórdia de mim

e acrescentou alguns instantes mais a minha breve despedida,

para que eu pudesse dar-te o último beijo,

mas antes que terminasse a noite eu já havia partido,

com tristeza no coração por não te encontrar...

Agora minh'alma sofrida descansa em paz,

e para junto dos meus antepassados eu irei,

para junto daquela que em vida me deu amor

como mais ninguém: minha mãe.

Marcelo de Lima Cruz
Enviado por Marcelo de Lima Cruz em 09/12/2015
Código do texto: T5474444
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