A VELHA TAPERA
Ary Bueno [ O Príncipe dos poemas e do amor]
Hoje, voltei á antiga tapéra, tão vazia
Ela, não tem mais a antiga beleza
Ela que abrigou, toda nossa alegria
Mostra o ar de abandono, é só tristeza
O forno, aonde fazias o pão, e assados
Agora, esta tomado por teia de aranha
E eu olho isto tudo, e lembro o passado
Os olhos marejam, e a tudo isto estranha
As paredes, mostram o total abandono
Muitas telhas soltas, caíram do telhado
E a casa, demonstra a total falta do dono
Que sem motivo, foi por você, abandonado
Sem destino, um dia, para longe eu parti
Para te esquecer, louco de tristeza e dor
E só mesmo Deus, sabe o quanto eu sofri
Quantas noites insone, eu e este amargor
Agora, aqui neste tão solitário terreiro
Sentindo o vento em meu já rugoso rosto
Olho a casinha, velha, sinto este desgosto
De não te ver, vir com seu sorriso brejeiro
Teus braços, estendidos, para me abraçar
Teu corpo, tremendo, querendo só amor
Seus lábios ansiosos para a mim beijar
Afastando todo meu sofrimento, e toda dor
Mas tudo se acabou, e a porta desta tapera
Nunca mais, se abrirá para nós, minha flor
Ela terá, para seu abraço final, só as heras
Nós, apenas teremos no fim, só lembranças amor....