A VELHA TAPERA

Ary Bueno [ O Príncipe dos poemas e do amor]

Hoje, voltei á antiga tapéra, tão vazia

Ela, não tem mais a antiga beleza

Ela que abrigou, toda nossa alegria

Mostra o ar de abandono, é só tristeza

O forno, aonde fazias o pão, e assados

Agora, esta tomado por teia de aranha

E eu olho isto tudo, e lembro o passado

Os olhos marejam, e a tudo isto estranha

As paredes, mostram o total abandono

Muitas telhas soltas, caíram do telhado

E a casa, demonstra a total falta do dono

Que sem motivo, foi por você, abandonado

Sem destino, um dia, para longe eu parti

Para te esquecer, louco de tristeza e dor

E só mesmo Deus, sabe o quanto eu sofri

Quantas noites insone, eu e este amargor

Agora, aqui neste tão solitário terreiro

Sentindo o vento em meu já rugoso rosto

Olho a casinha, velha, sinto este desgosto

De não te ver, vir com seu sorriso brejeiro

Teus braços, estendidos, para me abraçar

Teu corpo, tremendo, querendo só amor

Seus lábios ansiosos para a mim beijar

Afastando todo meu sofrimento, e toda dor

Mas tudo se acabou, e a porta desta tapera

Nunca mais, se abrirá para nós, minha flor

Ela terá, para seu abraço final, só as heras

Nós, apenas teremos no fim, só lembranças amor....

Principe dos poemas e do amor
Enviado por Principe dos poemas e do amor em 08/12/2015
Código do texto: T5474265
Classificação de conteúdo: seguro