A outra metade

Sempre me vi voltando pra casa

Mesmo morando em algum lugar

Ponho-me onde estou

Dentro dos teus braços

Cheio de espinhos

Espinhos nos quais não me deixam seguir

Porque também não me permito

Se cada vez que olho para cima me vêem suas pétalas

Seu perfume que seduz

E o pólem que me embriaga

Deixando-me vulnerável

A qualquer arranhão

Que pelo menos se mude para outro lugar

Onde eu possa ver o horizonte

E acenar para o sol

Dar bom dia à lua

E fazer pedidos as estrelas que caem

Que se faça de guarda chuva em dia de temporal

Balance-me no vendaval

Desamarre-me

Deixe me partir

Você já cresceu

E eu envelheci

Sou apenas um pedaço desse rolo de barbante

O amante dos amantes

Um poeta de mim mesmo

Que mesmo envelhecendo

Não irei partir

Porque vou morar ao lado da sua raiz

Diego Moraes
Enviado por Diego Moraes em 30/06/2007
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