Horizonte de esperas...
Sandra M. Julio
Num horizonte de esperas,
A saudade passeia inquieta nas asas da serenidade...
Cala-se o tempo, para que pousem desalinhadas esperas.
As palavras se fazem versos
Numa cumplicidade inconfessa.
Pousam lembranças em silenciosas lágrimas
Que espreitam tua ausência.
Teu olhar acalenta o fremir de cada estrela
Quando meu peito grita teu nome
Evocando solidão.
Os lençóis da insônia amarrotam a sensatez
Perscrutando segredos.
Desabotôo os vestígios de ti.
Na introspectiva vigília dos sonhos
Relembro teu sorriso farto, e
Num rascunhado de luas, ainda ouço tuas palavras
Silabando no luzir das estrelas.
Rasuro o tempo e a distância...
Respiro a fragilidade das tuas emoções,
Amparo os fragmentos deste antigo sonho
Nesta despudorada saudade que avassala a alma.
Segue trôpego e inanimado teu silêncio,
Retardando vidas e alegrias
Em antíteses, que jamais serão tuas.
Sandra
20/05/05