AVENIDAS PARALELAS
Sandra Fayad
Tu e eu somos avenidas paralelas,
vestidas de árvores floridas, frondosas, perfumadas.
Entre nós corre impiedoso um rio ácido
oculto entre cactos e animais peçonhentos.
À frente, é o sol ardido na nossa face suada
à procura da volúpia perdida.
Transitam sobre nós pessoas distraídas
que nos olham ou não, e nos pisam sem piedade;
nos aplaudem ou picham, e nos cospem sem culpa.
Não sabem que nosso corpo é chama permanente,
que nossas entranhas conhecem explosões
nos sonhos eróticos, no desejo ardente.
Algemados e amordaçados pelo traçado reto,
impedidos fomos de sugar o néctar um do outro.
Somos heróis ocultos, divididos
por batalhas íntimas alheias ao mundo.
Podemos nos ver e ouvir, mas não nos tocamos.
Duas avenidas paralelas, supostas fortalezas!
...
E se entre nós o rio fosse doce?
E, ao invés de cactos e cobras, existissem flores e pássaros?
E se à frente houvesse uma lua cheia
a iluminar o caminho para a volúpia desejada?
E se quebrássemos as algemas, retirássemos a mordaça,
construíssemos pontes - com um abraço -
e as atravessássemos, ao estilo simiano,
para sorver, gota a gota, todo o néctar
que há em um ritual de amor profano?
Bsb, 1º/12/2015
Respeite os direitos autorais. Ao citar informe a autoria e a data da publicação. Peça autorização à autora para copiar.
Visite meu site: www.sandrafayad.prosaeverso.net
Sandra Fayad
Tu e eu somos avenidas paralelas,
vestidas de árvores floridas, frondosas, perfumadas.
Entre nós corre impiedoso um rio ácido
oculto entre cactos e animais peçonhentos.
À frente, é o sol ardido na nossa face suada
à procura da volúpia perdida.
Transitam sobre nós pessoas distraídas
que nos olham ou não, e nos pisam sem piedade;
nos aplaudem ou picham, e nos cospem sem culpa.
Não sabem que nosso corpo é chama permanente,
que nossas entranhas conhecem explosões
nos sonhos eróticos, no desejo ardente.
Algemados e amordaçados pelo traçado reto,
impedidos fomos de sugar o néctar um do outro.
Somos heróis ocultos, divididos
por batalhas íntimas alheias ao mundo.
Podemos nos ver e ouvir, mas não nos tocamos.
Duas avenidas paralelas, supostas fortalezas!
...
E se entre nós o rio fosse doce?
E, ao invés de cactos e cobras, existissem flores e pássaros?
E se à frente houvesse uma lua cheia
a iluminar o caminho para a volúpia desejada?
E se quebrássemos as algemas, retirássemos a mordaça,
construíssemos pontes - com um abraço -
e as atravessássemos, ao estilo simiano,
para sorver, gota a gota, todo o néctar
que há em um ritual de amor profano?
Bsb, 1º/12/2015
Respeite os direitos autorais. Ao citar informe a autoria e a data da publicação. Peça autorização à autora para copiar.
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