Gritos do silêncio

O medo de perder o não conquistado sorrindo,

nesse tanto querer que evita passos temerários;

se pareço que vou embora quando estou vindo,

são só ilusórios rumos que encenam o contrário...

O filtro do tempo deve separar umas impurezas,

supondo que ela sente o mesmo que lhe revido;

sei que a espera acaba gerando certas tristezas,

porém, se ela não sente, o filtro não faz sentido...

A poesia se desboca em suas oblíquas denúncias,

Mas, a ambígua linguagem, outros também pega;

Sabemos, que verdadeiro amor encerra renúncias,

E meu afastamento é minha cruz, a minha entrega...

Não venha um lógico, desafiando a ser pragmático,

Não convenceria mesmo com vocabulário imenso;

O vero amor tem o seu “código Morse” telepático,

se correspondido, dá sentido aos gritos do silêncio...