MATURIDADE
Alma imatura que sonha sandices.
Amar não é como dizem,
Se assim o fosse,
Pássaros não precisariam voar.
O amor, como tudo, passa...
Cabe-nos adequá-lo ao nosso destino,
Não atrás da lógica emotiva,
Ou criando utopias.
Passa-se amor no papel,
Dilui-se em nossos dias.
Como uma poesia
Da qual o poeta se adona,
Mas que nada lhe pertence.
Amar é tátil, não fácil, não fóssil,
Embora antigo...
Amar é vender o corpo ao desejo
E negar qualquer princípio de moralidade.
Explicar o amor
É querer que os ponteiros do relógio andem
Sem contar as horas.
Deve-se temer quem ama,
Amor é vida,
E é morte.
Quem sente saudade não ama,
Amor é intrínseco,
Não faz falta
Porque nunca falta.
Rei destronado
Em terras desconhecidas.
O espaço entre a loucura
E a lucidez.
Certa vez,
O amor questionou a si mesmo,
Se como, por inteiro,
Poderia não ser verdadeiro?
E, por juras sacramentadas,
Prostou-se ante a pessoa amada,
Uma estrela desgovernada
Cegou-lhe os olhos,
E a manhã que tardava virar dia,
Aquietou-se em madrugada.
No princípio,
Todos os anjos colaboram,
Mas quedam-se as harpas
Diante da primeira chama.
Na célula do silêncio
Flutua o dia de hoje,
Como se o agora
Já fosse passado.
Amor não se multiplica,
Se divide.
Amar não é culpa,
É perdão.
Amar não é dívida,
É doação.
Amar não é cérebro,
É coração...
"Existe os que dão sem receber, os que pedem sem se dar e os que apenas insistem com palavras, deixando um vão enorme entre a realidade e o ilusório, pois a fraqueza de seus corações os levam a pensar mais do que agir; amar é movimento e ação, sem isso, esgota-se o oxigênio, e, por fim, a própria vida."