Errante viandante
Errante, da solidão, companheiro andante
Carrega nas costas seu fardo pela imensidão
Ferido pelo dardo da triste e dura desilusão
Condenado, sem rumo, segue adiante
Sentiu destilar nos lábios frios, do fel, o sabor
Quando lançou-se ao chão gemendo de dor
Em lágrimas, submergido, despido em calor
Inflamado, seu peito queima em intenso ardor
Ah, pobre andarilho, ingenuo, fostes arrebatado
sendo depois, contra uma muralha arremessado
e tendo o coração despedaçado, como fora no passado
Agora, novamente, estais preso, estais atado
As correntes da paixão te prendem ao chão
E o desejo faz te ti o quer, como se fosse um cão
Te humilha, ri, te tenta e faz tua alma sedenta
E dentro de ti, um turbilhão e um caos se arrebenta.