Errante viandante

Errante, da solidão, companheiro andante

Carrega nas costas seu fardo pela imensidão

Ferido pelo dardo da triste e dura desilusão

Condenado, sem rumo, segue adiante

Sentiu destilar nos lábios frios, do fel, o sabor

Quando lançou-se ao chão gemendo de dor

Em lágrimas, submergido, despido em calor

Inflamado, seu peito queima em intenso ardor

Ah, pobre andarilho, ingenuo, fostes arrebatado

sendo depois, contra uma muralha arremessado

e tendo o coração despedaçado, como fora no passado

Agora, novamente, estais preso, estais atado

As correntes da paixão te prendem ao chão

E o desejo faz te ti o quer, como se fosse um cão

Te humilha, ri, te tenta e faz tua alma sedenta

E dentro de ti, um turbilhão e um caos se arrebenta.

O Errante navegante
Enviado por O Errante navegante em 29/11/2015
Reeditado em 29/11/2015
Código do texto: T5464218
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