Amor Doente

O amor doente

Não é paciente

Não está ciente

Dos arredores da alma.

O amor doente

Não é doente de amor.

Não é carente. É consumidor.

Consome. Come e é comido.

Nada digere. Vive a nadar.

É uma alacridade furiosa.

São fúrias. Penúrias. Injúrias.

Injustas e justas. Apertadas.

Em apartado. Denunciado.

Sempre próximo a renúncia.

A clemência dos casais

A demência dos tais

Na fragilidade humana

Seus análogos rituais

Todas as tentativas (de salvar)

Em salvar o que? Porque?

Os seres adoecem

Os perderes crescem

Os prazeres fenecem

Não há nada de positivo

Em estender esse ósculo

Distender o músculo

Entender que o cúmulo

De não seguir adiante

Deprime essa constante

Imprime num instante

A ideia de que tudo acaba

(até mesmo a ideia de que se amou.)

Amar não é o ato de permanecer na jaula

O enjaular destrói tudo que se sente

Os seres devem ser cientes e sencientes

É na liberdade de ser

Que tal sentimento é e permanece sendo

Distinto das senzalas emocionais

Não há racionalidade

Mas há a consciência

Quem não sabe amar livre

Não sabe amar em nenhuma instância

E quem ama sabe usar a distância

Para causar mais do que se sente.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 28/11/2015
Código do texto: T5463644
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