POROS
Por todos os poros quero suspirar amor,
Quero amar, amor, quero amar-te.
E mais, na tua pele envergonhada,
Não ser indiferente ao nada
Que dizes então viver.
Ao contrário, quero crescer
Em teu peito, como a fome,
O desejo insaciável de beijar-te
E fartar-me com tua saliva.
Ser de todo teu,
No apogeu em que a saudade de um minuto
Representará a minha eternidade.
Serás a verdade das minhas fantasias
E aquela lua roubada de um mar
Que me fará sentir a profundidade
Dos sentimentos vividos.
Quero amar-te, amor, quero mais,
Quero ungir-me com teu néctar
E sobrevoar universos de encantamentos.
Por todos os ventos, jurar,
Amar-te, amor, amar-te.
Há um dia para cada hora,
Nas pequenas frações
Em que corações se dividem,
Que os nossos se divirtam.
Quero a felicidade de um lugar estreito,
Onde somente dois corpos possam ocupar.
E que a transparência dos teus olhos
Para sempre fique naquela fotografia,
A imagem do quanto é bela a poesia
E quanto é sincero esse querer.
Não, não quero nunca esquecer,
Sequer dos tropeços que todo começo têm.
Que seja além, o nosso amor,
Além da vaidade e ambição,
E sim, na humildade do coração.
Aquela mesma canção
Irá tocar quantas vezes quisermos ouvir
Sem cansar da melodia que embala
Nossos corpos a dançar pelo salão.
Quero amor, quero amar-te,
E ter nas mãos todos os anéis
Que ligam o corpo ao espírito,
Para que nosso amor seja completo,
E por escrito.