VERTIGEM
Sentindo o vago, sem nenhum acalanto
E ouvindo o vento em angustiado canto,
Pairo no ar sem saber porquê.
Tentando pensar, nem sei o quanto,
Encontro um vazio a torturar-me e, em prantos,
Fico aqui assim, a sofrer...
E assim, se vai ou vem a vida,
A vida que, durante tempos contida,
Senti rodopiar dentro de mim.
Quis explodir, vir à tona, mas como?
Sempre calada, quieta e em berço tonto,
Vagou sem destino e terminou assim!
Foi a criança que desfaleceu,
Foi o sonho que despertou
E encontrou a realidade má...
Foi o pássaro que não voou,
Foi o palhaço que se entristeceu
E que hoje, vive a chorar!