COMPASSO

tudo minto, nada vem dos planos que faço

finjo compasso nas mãos, planejo versos esquadros

e erro quando escrevo "planejo amar"

se acrescento régua num bocado de ritmo

ergo a cabeça e percebo a vida que vai lá fora

a janela, a estrada, o papel e a tua falta

estavas do meu lado quando o mundo era só meu

agora escrevo, respondo teu adeus

e pergunto ao vento: que tem a lua de chama

se fria, desaparelhada no lago do meu peito,

é apenas a sombra do que invento?.

meto no espírito a raiz amarga do medo

pois que esperava o amor fazendo planos

Inesperado, decidido amor

tardio fostes paisagem

e eu do teu lado distraído, passageiro calado.

Antônio B.

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 19/11/2015
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