Asas de amor
O arcanjo dos meus anjos me engole todo dia,
na paragem das ideias, nos cansaços de agonias,
quando trago o teu demônio para mim.
Vem da luz, vem do céu, de um abrigo,
e o que em mim desfazes é perdido,
porque voo, porque amo, porque calo, por que falo, por que digo.
Tenho apenas, em meu corpo, uma asa que adoro.
Tu tens a outra asa que, em ti, vive tão adormecida,
e é por isso que voamos, mas não voo:
só os dois, só nós dois depois que nos amamos.