Retaliações
Escrevo tuas poesias a revelia
deste sentimento que não cala.
Ensaio cenas dessas mulheres
recuperadas, em cima de saltos agulhas,
todas reboladas.
De semblante de quem pouco quer,
ou tanto faz qualquer presença, bastam-se;
Fartas de si!
Lambuzadas
de um perfume perigoso...
Feito Mirra a curtir em brasa.
Donas de um olhar calibre 38.
Não sei se por dentro elas tremem,
mas, a cada novo ato, tudo aqui,
diante da tua cara lavada (de homem curado),
geme.
Em mim, afrouxa o semblante,
respira, sua...
E no ápice da retaliação, serena...
Já me pego sem saltos, saturada de dissimulações.
Engulo a seco tua cara de cura.
E essa vaidade me condena,
contudo, é o que me sutura.
E muni o meu 38
apontado,
sem dó
nem piedade,
pro teu melindre acoitado!