barco errante

se permitires que eu adoeça

sobre o teu corpo gostoso e macio

se permitires que até do frio

como de mim eu também me esqueça

se permitires que eu te aborreça

com o meu desejo agastado e sombrio

de te comer com a força e o brio

que vão fazer com que eu nunca padeça

se permitires que eu perca a cabeça

e te possua no meu desvario

de achar que és a cadela no cio

e eu o que de melhor te aconteça

se permitires que de mim me esqueça

sobre o teu corpo gostoso e macio

vou me sentir como o barco que o rio

vai conduzir pra que nunca apareça

Rio, 28/06/2007