Insurgência do Amor
O amor pode ser insurgente
Tenha certeza disso
É certo que ele é delinquente
Ele quase nos obriga compromisso.
Ele surge diante do acaso:
Olhares, pesares e momentos
Mulheres estelares em firmamentos
Tirando a mente do frio raso.
Percebam, diante do fato
O teatro da paixão desce a Terra:
Os olhos se armam para guerra
Enquanto o estômago insensato
Digere sem nenhuma disciplina
A força que a adrenalina
Impõe na timidez amistosa
Compondo a avidez nervosa.
A parede se torna inimiga
O sonho se perpetua na fala
A voz trêmula que não cala
É o coração então se intriga
Porque ela não te abriga
Pelos sinais de ternura
Convertidos em tortura
Pelo medo de ouvir não.
As palavras revoltadas
As frases escoltadas
De sentimentos profundos
Do movimento dos mundos
Que dificilmente se fundam.
Basta que se confundam.
Basta que a timidez
Não intimide ninguém mais.