Aguaceiro
E o rio desdobrava-se
Em diferentes caminhos
Fazia ondas e redemoinhos
Aguaceiro de prata
Refletido no espelho da noite.
As estrelas tímidas luziam
Sobre os corpos imantados
De paixão e lava.
Sobre minas de peixes e algas
A vida transbordava
Pelas margens do rio.
Teus olhos
Febre, delírio
Sede
Calor e frio.
E a tua mão me tocava
Desfiz-me completa
Em limo e água...
A leste do teu corpo,
Pernoitava a lua
Beleza azul e nua
Arte celeste tatuada
De dragões e serpentes.
Ante tuas mãos
Não sei se morri, se vivi
Latente,
Fui encantada...
Beijo a todos!