Poema de Ialmar Pio Schneider -

A ESPERA

Ialmar Pio Schneider

Por estas tardes amenas

Vejo brancas açucenas

No meu modesto jardim...

Louco desejo sem fim

Se aloja na minha mente,

Fortemente.

Pois enquanto penso nela,

Reclinado na janela

Num tremor vou matutando:

“Viver assim até quando?!”

E o vento louco me diz:

- Infeliz!

Eis que surge a primavera...

Quanto mais minh’alma espera

Menos se abranda o anseio

Aumentando o devaneio

Em perpétua rebeldia

Noite e dia.

Alongo a vista na estrada

Na esperança malograda

De que ela surja afinal,

Pressentindo que é fatal

Continuar aqui sozinho

Sem carinho.

O tédio já me enlouquece,

Mas a ilusão permanece

Como a simples companheira

De alguém que na vida inteira

Esperou a todo instante

Doce amante.

Apesar de serem muitos

Tantos encontros fortuitos

Que se teve na existência,

Nenhum traduz toda a essência

Que nasce um dia qualquer

Da mulher...

Vislumbrando nos verdores

Lindos pássaros e flores,

Tudo vibra de emoção,

Na perene comunhão

Que congrega a natureza

Com certeza.

Enfim, pressinto a vinda...

Ó ventura, como é linda!

Não se pode descrevê-la,

Pois traz o brilho da estrela

E do sol o resplendor:

“Meu Amor!”

Palmas – PR, 11.9.72

http://ialmarpioschneider.blogspot.com/

Ialmar Pio
Enviado por Ialmar Pio em 13/11/2015
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