Compasso

Com tuas mãos veementes, 
escreves um caminho, prolongado pelo desejo
submerso, nas profundezas da alma oculta.
Aonde eu anseio chegar, para o toque destas
mãos sentir, livre dos elos metálicos que 
encarceram a tua vontade.

Arder em fogo com as labaredas das tuas mãos,
que conhecem as tríades,
transformando-me em Dó, sem dó.
Bailando em chamas à fricção do toque incandescente, guardados pela negação lógica, estremecida.

Quando estas mãos, passearem pelo meu corpo,
enfim, descansarás ao abrires o invólucro da tua alma,
para repousar em mim, o amor entrelaçado pelo 
querer e o negar.

Nesse repouso infinito juntaremos nossas mãos,
com o imensurável prazer da libertação da alma 
cativa, cativada pelo amor.

E, se ouvirá ecoar um grito involuntário, penetrante,
no tom agudo do prazer antes rejeitado, 
para depois desfalecer, na melodia serena a quatro mãos.


https://www.youtube.com/watch?v=YoycNjZ2MwE