Primeiro encontro
Já até perdi a conta
De quantas vezes eu reencarnei,
Já fui pobre escravo, guerreiro,
Já fui nobre, mascate, fui rei…
Mas ontem cruzei meu destino,
Ontem, finalmente te achei.
Por tanto tempo esperei,
Que imóvel, de fato fiquei,
Fiquei paralisado, travei,
Não fiz nada, apenas avistei…
Eu sabia tanto o que fazer,
Que na hora exata hesitei,
Tamanha sua perfeição
que por um ínfimo momento delirei,
Bobo, encantado, moleque, menino,
Meu porte de adulto, de lado deixei,
“Era quem eu procurava”, comigo pensei.
Ah, meu amigo,
Eu tinha a imagem dela comigo,
E na hora tive a certeza,
Não pelos seios fartos e sorriso encantador,
Pela voz de anjo, de mulher sem pudor,
Não digo pela aparência ou pela beleza,
Mas porque senti no fundo da alma,
E podia me ver nos olhos dela com clareza,
E mesmo rodeado por toda aquela incerteza,
Me confortei quando percebi, de surpresa,
Que aquela alma, em toda sua pureza
Também procurava por mim…
05/11/2015