Pai
Pai
Digo agora como nunca o disse antes
Pois, quando ao tempo retorno
A lembrança me amarga a boca
Arde-me os olhos
Mas agora, o teu olhar parece pedir perdão
De algo que não pode ter sido o teu querer
E já não tens mais a mesma autoridade
Que te faziam rugas na testa
Porque estas, já as têm permanentemente
E a permanência do teu olhar as vezes
Me faz pensar nesta distância
Longa que se fez presente
E a poesia que a tempos tento sugar deste teu nome
Vem tão sublime agora
E se faz sozinha
E ameniza dor
E transforma a rima
E desfaz a cisma
E me mostra um prisma
E refaz o amor