Pai

Pai

Digo agora como nunca o disse antes

Pois, quando ao tempo retorno

A lembrança me amarga a boca

Arde-me os olhos

Mas agora, o teu olhar parece pedir perdão

De algo que não pode ter sido o teu querer

E já não tens mais a mesma autoridade

Que te faziam rugas na testa

Porque estas, já as têm permanentemente

E a permanência do teu olhar as vezes

Me faz pensar nesta distância

Longa que se fez presente

E a poesia que a tempos tento sugar deste teu nome

Vem tão sublime agora

E se faz sozinha

E ameniza dor

E transforma a rima

E desfaz a cisma

E me mostra um prisma

E refaz o amor

Simone Andaluzia
Enviado por Simone Andaluzia em 04/11/2015
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