Rosas na janela
Quero acreditar
que os anjos barrocos me amam.
Que não é o silêncio que me declama,
que a música que amo também me ama
e que sou prisioneira do sol.
Prefiro crer
que tenho as veias abertas pra vida,
pro teu amor,
e rosas na janela, e só chegadas
nunca partidas,
e que sempre cantarei
até o adormecer da dor.
Prefiro crer
no cálice vivo da aurora
nutrindo meu sangue,
minhas horas,
com todo o amor que
ilumina a imensidão.
Acredito, sim, na noite calma
no canto da minha própria alma,
sempre em saudade,
amor, ternura e canção
jamais querendo semear
a noite escura
nem ferir o próprio coração.
(Direitos autorais reservados – Lei 9.610 de 19.02.98)