placebo
eu só preciso escolher...
por que não fomos mais amigos?
obrigado
pelo que você fez ontem à noite
estamos nos divertindo
estamos escolhendo não escolher
– pegue a chave!
isso é roubo, isso é seqüestro
ah! essas estradas nesses filmes
poeira, vegetação rasteira
saídas rasteiras
escolhas rasteiras
e no próximo posto de gasolina
vou encher tua alma de vento vivo
e tua mochila com folhas de poesia
e esse céu púrpura agora...
minha gaita só assopro e puxo
não sou músico como pensam
não sou homem nem menino
nem velho e nem defunto
e preciso desses comprimidos
preciso de quem conserte coisas
e que saibam mentir bonito pra mim
e mentir macio
e se o violão está afinado
e se o porta-malas abriga nossas tralhas
e se eu te beijo como um adolescente beija
e se a brisa marítima nos acaricia
e meu carinho te explode e te choca
então estou aprendendo
e estamos aprendendo com o motor
a viver macio
verdades necessárias
mentiras bonitas
tardes delicadas
escolhas macias
mas as coisas são duras e ásperas
não são como as flores no teu vestido
estamos aqui
tocados pela máquina
essa paisagem é placebo
pra nossa doença de amar:
nós, pesquisadores do amor
amantes de filme cego.