placebo

eu só preciso escolher...

por que não fomos mais amigos?

obrigado

pelo que você fez ontem à noite

estamos nos divertindo

estamos escolhendo não escolher

– pegue a chave!

isso é roubo, isso é seqüestro

ah! essas estradas nesses filmes

poeira, vegetação rasteira

saídas rasteiras

escolhas rasteiras

e no próximo posto de gasolina

vou encher tua alma de vento vivo

e tua mochila com folhas de poesia

e esse céu púrpura agora...

minha gaita só assopro e puxo

não sou músico como pensam

não sou homem nem menino

nem velho e nem defunto

e preciso desses comprimidos

preciso de quem conserte coisas

e que saibam mentir bonito pra mim

e mentir macio

e se o violão está afinado

e se o porta-malas abriga nossas tralhas

e se eu te beijo como um adolescente beija

e se a brisa marítima nos acaricia

e meu carinho te explode e te choca

então estou aprendendo

e estamos aprendendo com o motor

a viver macio

verdades necessárias

mentiras bonitas

tardes delicadas

escolhas macias

mas as coisas são duras e ásperas

não são como as flores no teu vestido

estamos aqui

tocados pela máquina

essa paisagem é placebo

pra nossa doença de amar:

nós, pesquisadores do amor

amantes de filme cego.

Luciano Fortunato
Enviado por Luciano Fortunato em 27/06/2007
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