DESASSOSSEGO
DESASSOSSEGO - por Olavo Nascimento
Estava sossegado no meu canto,
Levando a vida sem desencanto,
Quando de repente chega você.
Apareceu assim quase do nada,
Muito singela e despreocupada,
Sem dar na pinta de me querer.
O tempo correu como não podia,
Surpreendendo o meu dia-a-dia,
Com o seu jeito doce de menina.
A sua voz melosa de quero mais,
E os seus cabelos tão desiguais,
Deram a partida na minha sina.
Seu andar empinado e maneiro,
Seu sorriso branco e altaneiro,
Não escondiam a sua presença.
Aos poucos senti você mudando,
Pedindo ajuda e me procurando,
Sem qualquer ar de indiferença.
A rotina nos colocou mais perto,
Sem pensar no errado ou certo,
Quando a carência nos chamava.
A atração chegou logo pra ficar,
Ao pedir beijos com seu o olhar,
Quando a gente tanto se amava.
O nosso aconchego virou paixão.
Com loucuras de pulsar coração,
Na vontade de se dar e receber.
A gente curtiu tudo que se deu,
Com sol, luz e estrelas se viveu,
Nos momentos de muito prazer.
Entre idas e vindas veio o fruto,
Que agora você diz e eu escuto,
Não ter vindo de mim a semente.
O seu orgulho traz infelicidades,
Quando você esconde a verdade,
E não confessa aquilo que mente.
E enquanto a gente se distancia,
Esfriando o amor que se sentia,
A tristeza vai tomar o seu lugar.
Mas basta olvidar o brio ferido,
Se animar com o perdão pedido,
Para a nossa história recomeçar.
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