DESASSOSSEGO

DESASSOSSEGO - por Olavo Nascimento

Estava sossegado no meu canto,

Levando a vida sem desencanto,

Quando de repente chega você.

Apareceu assim quase do nada,

Muito singela e despreocupada,

Sem dar na pinta de me querer.

O tempo correu como não podia,

Surpreendendo o meu dia-a-dia,

Com o seu jeito doce de menina.

A sua voz melosa de quero mais,

E os seus cabelos tão desiguais,

Deram a partida na minha sina.

Seu andar empinado e maneiro,

Seu sorriso branco e altaneiro,

Não escondiam a sua presença.

Aos poucos senti você mudando,

Pedindo ajuda e me procurando,

Sem qualquer ar de indiferença.

A rotina nos colocou mais perto,

Sem pensar no errado ou certo,

Quando a carência nos chamava.

A atração chegou logo pra ficar,

Ao pedir beijos com seu o olhar,

Quando a gente tanto se amava.

O nosso aconchego virou paixão.

Com loucuras de pulsar coração,

Na vontade de se dar e receber.

A gente curtiu tudo que se deu,

Com sol, luz e estrelas se viveu,

Nos momentos de muito prazer.

Entre idas e vindas veio o fruto,

Que agora você diz e eu escuto,

Não ter vindo de mim a semente.

O seu orgulho traz infelicidades,

Quando você esconde a verdade,

E não confessa aquilo que mente.

E enquanto a gente se distancia,

Esfriando o amor que se sentia,

A tristeza vai tomar o seu lugar.

Mas basta olvidar o brio ferido,

Se animar com o perdão pedido,

Para a nossa história recomeçar.

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POETA OLAVO
Enviado por POETA OLAVO em 25/10/2015
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