SÓ ME RESTA
De tudo o que me restou
Só ficaram as palavras
Aprisionadas na covardia da minha voz
Se amar é vida perene
Enganou-se quem morre de amor
Foi no silêncio dos meus olhos sentidos
Que te teci as mais belas declarações de amor
Era nos gestos diários
Onde media meu sentimento por ti
A vida é mesmo engraçada
Mais ainda é o amor
Amor que não escolhe quem
Nem data ou hora
Para nascer, crescer e fenecer.
È dádiva, sentimento divino.
Cedido aos homens por Deus
Um dia perguntas-te me
O porquê de amar-vos
Calei nesse momento
As palavras que apenas diriam...
Não sei...
O amor é dádiva, presente imerecido e imeresível
Que nasce não se sabe onde
E, nem por que.
Só sei que diante dos seus olhos quem olham em outra direção
De tuas mãos ocupadas com outras mãos
De tuas pegadas na areia acompanhadas de outras pegadas
De teu coração já lotado
Só me restaram as palavras
Não ditas
Aprisionadas na covardia de minha voz...