TEUS OLHOS, MEUS HORIZONTES

Quando andas distraída pelos prados
Flutuando sobre os campos perfumados
As planícies ternecidas dos meus olhos
Vertem lágrimas de amor que da alma brotam
E deságuam em torrentes de euforia.

Afinal, és fonte das minhas poesias
No final és horizontes nos meus dias
És o fim em cada texto que eu escrevo
É no final dos meus versos que te escondo.

É que o peito arfante grita a plenos brados
Que não há sem ti vida qualquer em mim
Que qualquer ausência tua é dor sem fim
E a existência vira chão desabitado.

Quando andas distraída pelos campos
Borboletas buscam pouso nos teus ombros
Girassóis se voltam todos pra te ver
O astro-rei, mesmo já tendo findo o dia
Insiste ainda, no horizonte, em não descer

Já nos sóis azuis que vejo nos teus olhos
É que a luz do mundo brilha e se faz plena:
São duas estrelas na manhã serena
São dois diamantes bem aquilatados
Incrustados, resplandentes na tua face
Com nuances de ternuras temperados
A brilhar no espaço do meu firmamento!