Permaneço...
Permaneço com a pureza das lembranças acolhidas no calor de um abraço ao corpo desconhecido.
Sufoco toda a minha angustia diária
e utilitária
numa compressão enlatada de um dia que se foi.
Deixo ir os medos,
as neuroses,
os problemas,
as manias,
os tormentos,
as molas,
as porcas,
os parafusos
confusos...
E no desenrolar da noite me abraço no mesmo corpo estranho...
Mais uma vez,
em meio aos sonhos deduzo que me deixo levar.
Levar pelo balanço inconsciente de uma gargalhada dada nas horas felizes que permanecem no entrar de um novo dia.
sem nada
sem fala
sem pedir e
sem se despedir.